12 de novembro de 2009

A Aurora do Novo Diálogo

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Por Philippe Guédon*

Na Grécia Antiga, as pessoas se reuniam na praça principal da cidade para discutirem os assuntos de interesse comum. As praças, chamadas de ágoras, comportavam a presença de todos os chefes de famílias, e a reduzida extensão das cidades não dificultava a vinda de ninguém. A democracia participativa conhecia a sua fase áurea.

O tempo passou, as nossas cidades tornaram-se, sobretudo desde a Revolução Industrial, na virada dos Séculos XVIII para XIX, aglomerações importantes. Reunir a todos tornou-se crescentemente inviável, não só por falta de espaços como também pelo tempo e custo dos deslocamentos.

A Constituição Federal, desde 1.988, nos ensina logo no artigo 1º, parágrafo único: "Todo o poder emana do povo, que o exerce através de representantes eleitos, ou diretamente, nos termos desta Constituição" (o negrito é meu).

O Estatuto da Cidade, a Lei Federal nº 10.257 de 2.001, que todo Humanista Solidarista deveria conhecer, "de cor e salteado", define como pode e deve dar-se a gestão participativa entre as autoridades eleitas e próprio povo que as elege por quadriênios. A lógica é indiscutível: a população concede mandatos de 4 anos, nem um dia além 4 anos, e só ela pode legitimar políticas públicas de médio e longo prazo. Claro, pois se não atribuiu a ninguém esse poder, que somente dela emana!...

A Providência a tudo provê, assegurarão os mais religiosos, e no caso será difícil não dar-lhes razão. Pois o impasse do exercício direto do poder pelo povo, na parte que lhe cabe exercer por si (legitimadores de tudo que ultrapassa os mandatos em curso além de fiscais destes), foi desfeito com o advento da internet. Olhem, não se trata de coisa acontecida há muito tempo, não; foi no dia 29 de outubro de 1.969 - há quase exatos 40 anos - que a primeira mensagem foi enviada do computador de um estudante da Califórnia (Charley Kline), com a ajuda de seu professor Leonrad Kleinrock, para o computador do Instituto de Pesquisa de Stanford. Eram apenas duas letras: "L" e "O" (era para ser ser "login" mas não deu...).

A revolução da tecnologia de informação (TI para os íntimos) que começava então, está mudando profundamente as nossas vidas. Cabe, aqui, apenas ressaltar um aspecto: a ágora grega voltou a ser possível. A inclusão digital torna possível a gestão participativa. Mas é preciso saber usar...
Ao presenciar o advento de um novo blog, um idoso só pode saudar, cheio de esperança, a geração de uma ferramenta eficaz, voltada para o bem-comum. Um novo País está nascendo literalmente debaixo de nossas vistas. É essencial que o PHS e suas propostas contribuam para essa Revolução do Bem, através da ação dos Humanistas Solidaristas.

Fiquem com Deus e nunca percam o rumo!

* É Presidente do Instituto Phs ( www.iphs.org.br )

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